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La opinión de Saramago sobre la Feria del Libro de Lisboa

Más sobre la Feria del Libro de Lisboa. Nos lo traía Pó dos Livros desde Público.

Nobel da Literatura descontente com “caos” da organização deste ano
Saramago sente que pavilhões diferenciados na Feira do Livro promovem discriminação
18.05.2008 - 14h41 Lusa

O Prémio Nobel da Literatura, José Saramago, lamentou hoje que a Feira do Livro, em Lisboa, tenha sido adiada "sine die" e criticou a possibilidade de existirem pavilhões diferenciados, alegando que isso é diferenciar as classes.

"É lamentável que tenha sido adiada, não se sabe para quando", disse o escritor português no final de uma visita à exposição "José Saramago. A Consistência dos Sonhos", onde esteve a acompanhar o realizador brasileiro Fernando Meirelles, que dirigiu o filme "Blindness", uma adaptação do seu romance "Ensaio sobre a Cegueira".

Referindo-se à autorização para pavilhões diferenc

iados, Saramago criticou a "diferença na apresentação dos livros de qualquer editora". "Não me parece bem. Se nos pavilhões cabiam as pequenas e as grandes editoras, podiam continuar a caber", defendeu o Nobel da Literatura. Para o escritor, esta "não foi uma boa solução" porque "abre portas a uma espécie de caos". José Saramago caracterizou a Feira do Livro como uma "festa democrática", onde a existência de pavilhões diferenciados e eventualmente "imponentes", "exibe uma diferença de classes".

No sábado, a direcção da União dos Editores Portugueses (UEP) anunciou que a Feira do Livro, no Parque Eduardo VII, vai receber pavilhões diferenciados e poderá abrir ainda no final da próxima semana. "O grupo LeYa pode instalar pavilhões de modelo diferente dos tradicionais. A decisão foi tomada na noite de sexta-feira, depois de uma reunião de mais de seis horas. Falta apenas assinar segunda-feira esse acordo", afirmou Carlos Veiga Ferreira, da direcção da UEP.

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) recusa no entanto que o acordo esteja já firmado: "As negociações começaram sexta-feira e estão ainda a decorrer. Não há nenhuma decisão tomada", afirmou à Lusa Alexandra Melo da APEL.

No centro da polémica - que levou a Câmara de Lisboa a suspender a montagem dos pavilhões e a adiar a abertura da feira, inicialmente prevista para a próxima quarta-feira - estava a recusa da APEL em autorizar pavilhões diferenciados para o grupo LeYa, que detém algumas das editoras com mais autores nacionais (Dom Quixote, Caminho, Oficina do Livro).

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